Há já muito tempo que a música não habita nesta casa, no entanto, o vazio entoa e é assustadoramente ensurdecedor.
Nas paredes há marcas de unhas, há marcas de sangue disfarçadas pelo chão, há sons de lágrimas que ecoam no silêncio, há pó sobre as mesas, há definitivamente esqueletos nos armários...
Neste exercício de ausências cultivam-se memórias de outros dias e as feridas diluem-se pelo corpo. Percorrem-se as horas, dias, semanas, meses... viro a cabeça para o outro lado e finjo libertar-me da solidão.
Finto a insónia com o cansaço, neste túmulo de lençóis de algodão sujos de sangue e melancolia. O desgastado sono de quem mais nada pos